Você sabia que estão sendo estudadas cerca de 200 vacinas contra o coronavirus-2 (SARS-CoV-2)? Dessas 200, 30 foram para os testes clínicos em fase I em meados de maio de 2020. Atualmente 11 encontram-se nas últimas fases de testes.

 

Geralmente, para uma vacina ser produzida com segurança e eficácia leva-se cerca de 10 anos. Inicialmente acontece a pesquisa científica, onde as propostas de vacinas são identificadas. Depois vem os estudos pré-clínicos (in vitro e in vivo), o desenvolvimento clínico (fases I, I e III) que é a fase mais longa do processo, e, por fim, a revisão regulatória, fabricação, registro sanitário, entrega e farmacovigilância (fase IV). 

No entanto, com a gravidade da pandemia, por ser uma urgência global, esse processo alcançou tempos recordes, marcando a história. Os motivos principais para essa aceleração são o nível de urgência, os grandes investimentos financeiros e a agilidade dos órgãos regulatórios, como a Anvisa. 

O que acontece em cada fase?

Fase I – Aqui avalia-se a segurança da vacina. Nessa etapa, utiliza-se uma quantidade reduzida de voluntários adultos saudáveis. 

Fase II – Nesta etapa, avalia-se a resposta imunológica da vacina, ou seja, se o sistema de proteção foi estimulado ou não. Centenas de voluntários que estejam contaminados são necessários. 

Fase III – Nessa fase ocorre um ensaio em larga escala, em maiores populações, onde investiga-se a eficácia da vacina, ou seja, se ela protege ou não contra a doença. Aqui também é possível prever os efeitos adversos e a durabilidade da proteção. Depois disso é feito o registro sanitário. 

Fase IV – Por fim, a vacina é disponibilizada para a população.

Na corrida por uma vacina segura e eficaz, a formulação farmacêutica exerce um papel crítico no desenvolvimento, produção, distribuição e fases de vacinação. A própria escolha do tipo de vacina, o carreador, os adjuvantes, excipientes, a dose e a rota de administração podem impactar diretamente não apenas a resposta imune induzida e o resultado de eficácia, mas também a logística de fabricação, estoque e distribuição. 

Mas quais são os tipos de vacinas contra o COVID-19? 

No total temos quatro tipos de vacinas que induzem de formas diferentes o sistema imunológico a se proteger do vírus:

1. Vacinas com vírus

Utilizam o próprio vírus ou partes dele (enfraquecido ou inativo) para estimular o corpo a produzir anticorpos. 

É o tipo que tem mais vacinas na fase 3 (Sinovac, duas da SinoPharm e Bharat Biotech). A Sinovac é a chamada CoronaVac no Brasil, onde 743 voluntários não mostraram efeitos adversos graves e produziram uma resposta imunológica);

2. Vacinas genéticas

Utilizam instruções genéticas (DNA ou RNA), fazendo com que o próprio corpo produza cópias de alguma proteína do vírus, estimulando assim uma resposta do sistema imunológico. É o caso das vacinas da Moderna (EUA) e da BioNTech/Pfizer (parceria entre EUA e Alemanha), que encontram-se na terceira e última fase de testes;

3. Vacinas de vetor-viral

Utilizam outro vírus geneticamente modificado para produzir proteínas virais no corpo e provocar uma resposta imunológica. Os vírus são enfraquecidos e não chegam a causar doenças. São os casos das vacinas de Oxford/AstraZeneca e da chinesa CanSino Biological (testada na Arábia Saudita), que encontram-se na fase III.  A vacina russa Sputnik V, segundo a OMS, também está na fase III;

4. Vacinas à base de proteínas

Utilizam uma proteína do vírus ou uma parte dela, ou ainda proteínas que imitam algo da estrutura do vírus, como seu revestimento externo, para assim provocar uma resposta imunológica no corpo. Até o momento, apenas a vacina norte-americana Novavax está na fase 3 dos testes em humanos.

 

No Brasil, temos duas vacinas já aprovadas pela Anvisa para a produção e distribuição. A CoronaVac, que foi desenvolvida por um laboratório chinês em parceria com o Instituto Butantan (São Paulo) e a de Oxford, foi desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

O intuito de qualquer vacina não é promover a cura, o que a difere de um medicamento, mas sim evitar danos maiores que o agressor (vírus, bactéria ou parasita) pode trazer à população. 

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