Aqui vamos falar da DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), que é uma doença crônica progressiva da retina central e uma das causas de perda da visão em todo o mundo. A DMRI se desenvolve naturalmente com o envelhecimento ocular e costuma ocorrer em maiores de 60 anos.

Há décadas atrás não havia nenhum tipo de tratamento para essa doença. No entanto, a realidade hoje é diferente e vamos falar sobre isso também. 

Mas como isso acontece? 

Primeiro vamos entender de onde vem o termo macular. Macular vem de mácula, que é  a região central e mais crítica da retina. E a retina, por sua vez, é um tecido nervoso localizado atrás do olho responsável por captar a luz. 

Doenças na mácula provocam danos no centro da visão ou uma distorção na forma dos objetos ou “manchas escuras”. 

Muitas vezes, os problemas de visão só são diagnosticados depois de algum tempo, principalmente se apenas um olho estiver acometido de algum mal.  É comum ter dificuldade em perceber se a visão do olho doente está regredindo, especialmente quando o outro olho é bom.

Diagnóstico

Existe um exame simples conhecido como tela de Amsler que é bastante utilizado para investigar possíveis casos de DMRI. O paciente observa a visão central de cada olho ao fixá-la na tela, que consiste de um papel quadriculado com um ponto centralizado. O exame é feito da seguinte maneira:

1 – O paciente fica em um ambiente bem iluminado, usando os óculos de leitura (óculos para perto).

2 – Em seguida, ele segura a tabela a uma distância de aproximadamente 30 centímetros dos olhos e observa o ponto central na tela de Amsler. Examina-se primeiro com o olho direito (tampando o olho esquerdo) e depois com o olho esquerdo (tampando o direito).

3 – Ao fixar o foco observando o ponto central, deve-se buscar distorções das linhas ao redor.

A  imagem abaixo da esquerda mostra a visão normal, enquanto que a da direita mostra um exame alterado, ou seja, com metamorfopsia da mácula (Metamorfopsia – Alteração da forma das linhas, um dos sinais precoces de DMRI).

Na próxima imagem tem-se o resultado de uma teste com Escotoma da mácula (Escotoma – Defeito localizado na visão central).

Assim, caso o paciente consiga perceber alterações no exame, o ideal é que procure ou avise ao seu oftalmologista. Esse é um teste que pode ser feito semanalmente a fim de que os casos de piora no quadro sejam acompanhados.

Categorias

A DMRI é classificada em duas categorias: a não-neovascular (também conhecida como seca) e neovascular (úmida). Elas podem aparecer ao mesmo tempo, em um ou nos dois olhos. O início e a progressão dos tipos de DMRI não seguem um padrão estabelecido, o que a torna uma doença de difícil diagnóstico em seus estágios iniciais. 

DMRI seca é a forma mais comum e pode manifestar-se em algum momento antes do desenvolvimento da DMRI úmida. Caracteriza-se por depósitos de pequenos acúmulos de material amorfo por baixo da retina, chamados de drusas, que podem ser duros ou moles e aumentar em quantidade e tamanho.

A partir dos 50 anos é comum o aparecimento de drusas duras, porém, a presença de drusas moles e grandes indicam DMRI com potencial desenvolvimento da doença em sua forma mais grave.

Já a DMRI úmida é a forma mais agressiva da doença, pois leva à perda da visão. Isso porque ocorre o surgimento vasos sanguíneos anormais e novos que tendem a extravasar líquido e sangue para a retina. Ela desenvolve-se mais rapidamente do que a forma seca (em semanas ou meses). Acomete cerca de 10 a 15% dos pacientes com DMRI.

Fatores de risco 

  • Idade
  • Variantes genéticas 
  • História familiar
  • Tabagismo
  • Doença cardiovascular
  • Hipertensão
  • Obesidade
  • Exposição ao sol
  • Alimentação pobre em ômega-3, ácidos graxos e hortaliças verde-escuro

Prevenção e Tratamento

Pacientes com possíveis alterações macular, principalmente aqueles acometidos com DMRI, quando diagnosticados precocemente têm a possibilidade de tratamento, e muitas vezes é possível recuperar a visão.

Atualmente, os avanços em pesquisas clínicas ajudam em uma maior compreensão  da genética e fisiopatogenia da doença, assim como dos novos tratamentos.

O desenvolvimento da ciência no tratamento da forma mais agressiva de DMRI é bastante animador. Fotocoagulação a laser, terapia fotodinâmica, radioterapia ou procedimentos cirúrgicos são os métodos mais tradicionais usados contra DRMI úmida, ainda que apresente resultados pouco satisfatórios. No entanto, métodos farmacológicos mais recentes usam injeções intraoculares que levam a resultados mais consistentes no tratamento. Os medicamentos aprovados são o Ranibizumabe (Lucentis) e o Aflibercept (Eylea). 

Apesar de ainda não existir cura para nenhuma das formas da doença, as opções terapêuticas oferecem a oportunidade de manter ou melhorar a visão aos pacientes.

Fica aqui o nosso alerta para lembrar a todos que é muito importante cuidarmos da saúde dos nossos olhos. 

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