Estamos vivendo dias muito complexos causados pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, mais comumente chamado de Covid-19. O assunto “vacina” nunca esteve tão aceso nos pensamentos da humanidade.
Com uma pandemia em um mundo tão globalizado, onde as informações vêm e vão de formas tão rápidas e intensas, parar um pouquinho para conhecer a história no contexto de de vacinação torna-se algo interessante.
Mas o que é uma vacina? A vacina nada mais é do que uma substância que tem como objetivo estimular o sistema imunológico do organismo a produzir anticorpos, ou seja, é uma imunização ativa.
E como ela surgiu?
Os relatos históricos mostram que desde a antiguidade, há centenas de anos, em surtos causados por infecções já adotavam a prática de inoculação com o intuito de garantir defesa imunológica do organismo.
Na China, no início do século XVII, monges budistas tomavam veneno de cobra para garantir imunidade à picada de cobra e praticavam inoculação de varíola colocando um material embebido com o vírus por debaixo da pele (subcutâneo).
No entanto, o marco histórico do início da vacinação ocorreu em 1796 quando Edward Jenner fez uma inoculação do vírus da varíola (varíola bovina) em um menino de 8 anos de idade, que demonstrou imunidade à varíola.
Após esse acontecimento, em 1798 foi desenvolvida a primeira vacina contra a varíola, que durante 200 anos posteriores sofreu mudanças em seus processos de desenvolvimento e tecnológico. A erradicação global da varíola aconteceu em 1979.
Outros marcos
Outro marco importante na história da vacina ocorreu em 1885 com a vacina anti-rábica desenvolvida por Louis Pasteur. Seus experimentos foram feitos com vacinas de microrganismos ativos (contra cólera, por exemplo) e inativos, contra antraz em humanos, em 1897 e 1904, respectivamente.
Na década de 1930, muitas outras vacinas foram desenvolvidas. A partir dessa época, vacinas e antitoxinas foram produzidas contra difteria, tétano, peste, febre tifoide e outras.
Na metade do século XX, a investigação sobre o desenvolvimento de vacinas foi intensa. O método de cultivo de vírus em laboratório culminou em grandes descobertas e inovações para a criação de novas vacinas, como a de poliomielite. Nesse tempo, muitos pesquisadores se dedicaram à elaboração de vacinas contra doenças infantis como sarampo, caxumba e rubéola.
Nos dias de hoje
Atualmente, a tecnologia e inovação voltadas para o universo de vacinas ampliaram para técnicas mais inovadoras utilizando DNA recombinante e novos métodos de entrega, levando a ciência para novas direções.
Você sabia que existe uma estimativa de que vacinas contra doenças infecciosas tenham salvado pelo menos 23 milhões de vidas entre 2011 e 2020?
Uma mudança bem aparente também surgiu relacionada aos alvos das doenças. Muitas pesquisas começam a focar suas análises em condições não infecciosas, tais como dependência química e alergias.
Perspectivas
Uma parte essencial do desenvolvimento de qualquer vacina é garantir que os riscos de segurança conhecidos e teóricos sejam identificados, quantificados e pesados contra os potenciais benefícios.
Apesar da vacinação sempre trazer boas perspectivas para o controle de doenças, muitas barreiras surgem em meio aos processos.
Primeiramente, nem sempre o suprimento de vacina é suficiente. Até em países mais desenvolvidos e industrializados pode acontecer a escassez de vacinas. Os procedimentos regulatórios são fatores que dificultam ainda mais a produção.
O custo da vacina também é outro problema. Hoje, o Brasil conta com o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na produção de vacinas, porém, todo o desenvolvimento, produção, logística e distribuição tornam os custos ainda mais elevados.
De fato, as vacinas são ferramentas chave para a manutenção da saúde pública. Nesse sentido, os governos federal e estaduais exercem um papel muito importante e até crucial não só na divulgação, mas também em suas recomendações e pedidos de compra.
Outra forma importante de contribuição desses governos é no apoio às pesquisas básicas, onde nascem a maior parte das candidatas à vacina, no desenvolvimento e inovação e até na produção, não deixando apenas para que as indústrias exerçam essa influência.
É possível entender o quão delicado é o começo de uma vacina. Estudos, descobertas, experimentos, desenvolvimento, segurança e eficácia são algumas das etapas e parâmetros envolvidos.
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