Você já deve ter escutado alguém falando sobre esse assunto ou mesmo pode estar sofrendo com esse mal. Aqui vamos esclarecer um pouco mais desse tema que traz tantas dúvidas, principalmente na identificação.
A compulsão alimentar começa na mente. Isso mesmo, é um transtorno mental grave que afeta várias áreas na vida de uma pessoa, interferindo na qualidade de vida pessoal e social. Com esse tipo de doença, a pessoa sente muita vontade de comer mesmo sem estar com fome. Além disso, ela come além do que precisa, ou seja, mesmo quando já se sente saciada.
Pessoas que sofrem com essa doença comem grandes quantidades de alimentos de forma rápida. O que acontece é que durante o episódio de compulsão a pessoa perde o controle e come sem prazer e vontade, e geralmente sente-se muito desanimada após um episódio de compulsão.
Identificação
Que comer é bom e traz prazer, isso todo mundo já sabe. Porém, quando o se alimentar começa a trazer danos emocionais e físicos, o que era prazeroso torna-se perigoso e por isso tem que ter cuidado.
É muito importante identificar o quanto antes se alguém está enfrentando esse mal, pois a compulsão alimentar tem cura, principalmente quando descoberta e tratada logo no início dos primeiros sintomas.
Para isso, o acompanhamento de profissionais são essenciais para que o paciente consiga diminuir os sintomas e produzir uma melhora na qualidade de vida e bem-estar.
Fatores de risco
A seguir, estão alguns fatores que podem desencadear uma compulsão alimentar.
Dietas rigorosas
Uma pessoa que se submete por algum tempo a esse tipo de dietas muito rígidas pode desenvolver compulsão alimentar. Os especialistas dizem que isso acontece porque pessoas que se privam de diversos alimentos têm um desejo aumentado por consumir aquilo que não poderiam comer, além de um sentimento de desânimo e incapacidade de se limitar a comer mesmo quando já se encontra satisfeito.
Sentimento de conforto emocional
Você já ouviu a frase ‘um chocolatinho só pra me fazer feliz’? Pois é, comer traz emoções ao nosso cérebro, mas as pessoas que apresentam compulsão alimentar geralmente sofrem mudanças emocionais muito abruptas.
Assim, o desequilíbrio emocional pode agir como um gatilho para o desenvolvimento da compulsão. Outras situações que também resultam em compulsão alimentar são as de euforia e empolgação.
Estresse
A pessoa pode desenvolver compulsão alimentar como uma forma de lidar com as situações de estresse, depressão e ansiedade, como uma tentativa de fuga.
Baixa autoestima
Geralmente, as pessoas que se sentem insatisfeitas com seu corpo, com a sua imagem apresentam algum descontrole na forma de se alimentar.
Pessoas com compulsão alimentar na maioria das vezes não gostam de sua aparência.
Assim, inicia-se um processo descontando em sua alimentação, comendo menos, tudo para alcançar a imagem ideal. Entram as dietas desreguladas e estranhas, submetem-se a passar fome, tomar remédios ou chás malucos para emagrecer, podendo levar a problemas ainda mais graves.
Problemas emocionais mais graves
A compulsão alimentar também pode estar associada a outros problemas emocionais como traumas causados por abuso sexual, físico ou mesmo negligência emocional, entre outros. Ela surge como uma fuga dos nós emocionais. Daí, outras práticas perigosas surgem no dia a dia, como vomitar após comer, bulimia ou ingerir laxantes sem necessidade.
Tratamento
O tratamento da compulsão alimentar começa com profissionais que auxiliam o doente a identificar onde e quando se iniciou o problema. Nesse caso, o acompanhamento de um psicólogo ou de um psiquiatra são bastante necessários. O psicólogo pode identificar os motivos do desenvolvimento da doença enquanto que o psiquiatra pode receitar alguns medicamentos que aliviam os sintomas.
Nesse contexto, o trabalho paralelo de profissionais especializados em alimentação, como um nutricionista, nutrólogo ou endocrinologista podem acrescentar ao tratamento dietas específicas que sejam ricas em fibras e água, como frutas, verduras e legumes, que auxiliam na saciedade e ajudam a diminuir a vontade descontrolada de comer.
É importante salientar que não há um remédio específico para esse tipo de tratamento. O que os profissionais fazem é indicar o uso de medicamentos que tratam os sintomas causados pelo distúrbio, associando outras práticas.
Outra atitude essencial é trabalhar com a aceitação do próprio corpo, evitando tudo o que estimula uma padronização de beleza ideal, como certas mídias e redes sociais.
Controle e prevenção
A velha regra ‘é melhor prevenir do que remediar’ é bastante válida aqui. Existem algumas práticas que podem ajudar a evitar o desenvolvimento de uma compulsão alimentar ou mesmo as conhecidas recaídas.
É preciso ficar longe das dietas muito restritivas, ter um sono regular, evitar o estresse ou o uso abusivo de drogas ilícitas. Também é importante incluir uma alimentação rica e balanceada, sem extremismos.
Aqui vão algumas dicas para controlar a compulsão:
- Faça um planejamento do que vai comer durante o dia, escolhendo os mais saudáveis e em pequenas porções.
- Não espere ficar com muita fome para comer. Faça pequenos lanches ao longo do dia.
- Não pule refeições. Isso porque a glicemia é alterada gerando mais compulsão para a próxima refeição.
- Mastigue sem pressa, espere a informação de saciedade ser processada pelo cérebro.
- Evite ter guloseimas de fácil acesso, ou seja, na bolsa, na mesa do trabalho, entre outros.
- Beba bastante água. Muitas vezes, a sede pode ser confundida com fome, porque essas sensações são controladas pela mesma região cerebral.
- Pratique exercícios físicos. Já é sabido que eles ajudam a diminuir o estresse, a ansiedade, aumentam a resiliência emocional, melhoram o equilíbrio hormonal e de neurotransmissores, além de ajudar a manter o peso corporal adequado.
- No momento da refeição, reserve-se para isso sentando à mesa. Não faça uso de celulares, computador ou mesmo assista à televisão. Dê preferência para as boas companhias à mesa.