Com o objetivo de monitorar diversos aspectos da saúde, o smartwatch pode auxiliar a ver o progresso do condicionamento físico, entretanto os valores podem não corresponder à realidade. Mas, muitas pessoas estão aderindo à essa tecnologia e pegando firme nas atividades físicas.

Isso porque as medições, como frequência cardíaca, calorias gastas, passos e distâncias percorridas as motivam. Apesar desse lado positivo, é preciso saber até que ponto devemos confiar nos dados obtidos.

As calorias do smartwatch são confiáveis?

Para responder essa pergunta, alguns pesquisadores realizaram estudos avaliando a eficácia do smartwatch. Em um estudo realizado pela Universidade de Stanford em 2017, 60 voluntários, entre 21 e 64 anos, utilizaram sete desses aparelhos, de diferentes marcas, para avaliar se eles funcionam mesmo ou não.

Ao todo foram feitos 80 testes diferentes, enquanto os participantes andavam de bicicleta, corriam, ou ficavam simplesmente sentados. Os valores obtidos dos aparelhos foram comparados com informação obtida a partir de eletrocardiogramas e com a medição de calorimetria indireta (uma medição dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono na respiração, que permite medir o gasto calórico).

Os investigadores descobriram que a maioria dos dispositivos conseguia avaliar a frequência cardíaca com uma percentagem de erro inferior a 5%, mas, em compensação, nenhum conseguia avaliar corretamente o gasto calórico, com percentagens de erro que variam entre 27% e 93%. Segundo os pesquisadores, uma taxa de erro aceitável para dispositivos fora do cenário médico seria de até 10%.

Os dispositivos analisados foram o Fitbit Surge, Apple Watch, Samsung Gear S2, Basis Peak, Microsoft Band, Mio Alpha 2, e Pulse On. Ao nível do batimento cardíaco, o melhor aparelho era o Apple Watch com cerca de 2,5% de erro, enquanto o pior era o Samsung Gear S2, com 6,5%. Já ao nível do gasto energético, o Fitbit é o que apresentou menor percentagem de erro, com aproximadamente 27%, enquanto o Pulse On o erro foi próximo dos 93%.

Outro estudo semelhante, avaliou 44 indivíduos que utilizaram simultaneamente 6 modelos de smart watch (Apple Watch 2, Samsung Gear S3, Jawbone Up3, Fitbit Surge, Huawei Talkband B3 e Xiaomi Mi Band 2). Assim, eles compararam os valores obtidos pelos relógios com medições manuais.

Assim também, observaram que a frequência cardíaca, número de passos, distância e duração do sono estavam bem próximas dos valores reais (erro de 10%), no entanto o gasto de energia não teve uma boa precisão, apresentando erros entre 27 a 80%.

Os sensores ainda não são precisos

O maior desafio dos fabricantes está em criar sensores precisos. O problema é que a precisão exige tecnologia de ponta, o que dificulta oferecer tanta sofisticação e manter o custo-benefício para o usuário.

Um exemplo é a startup Quanttus, a qual, criada em 2012, já gastou milhões de dólares tentando desenvolver uma pulseira inteligente capaz de medir, entre outros parâmetros, a pressão sanguínea do usuário, mas sem sucesso. O projeto tem como objetivo alertar não apenas quem já possui hipertensão, mas também para auxiliar na prevenção da doença.

Porém, tem gastado mais tempo do que imaginavam e justamente por conta dos motivos já conhecidos, os quais também atrapalham os smart watch. Os principais fatores são:

  • Características anatômicas
  • Variações de movimentos
  • Condições ambientais

Os dados têm pouca ou nenhuma serventia para os médicos

Pode até soar um pouco estranho, mas muitas pessoas nos Estados Unidos chegam com uma planilha cheia de dados obtidos pelo seu smartwatch e mostram aos médicos. Mas para saber o gasto calórico de uma pessoa, existem diversas variáveis que influenciam, como altura, peso, porcentagem de gordura corporal, frequência cardíaca, consumo de oxigênio e muito mais.

Sendo assim, você deve apenas utilizar os dados do seu relógio para ter uma noção do seu desempenho nos esportes e não para tomar como uma verdade absoluta. Por exemplo, se seu smartwatch mostra que tem mais de 100 batimentos cardíacos por minuto mesmo que esteja em repouso, isso pode ser indício de algum tipo de arritmia crônica ou pode ser apenas um erro na medição.

Entretanto, pelo sim ou pelo não, o melhor é procurar um médico e investigar se há algum problema. O que você só não precisa fazer é mostrar o relatório do smartwatch para o médico, pois mesmo com sensores funcionando perfeitamente, eles não atendem os protocolos necessários para validar exames e equipamentos clínicos.

Como obter medições mais precisas?

Segundo a Apple, para conseguir ter maior precisão nos dados obtidos pelos smartwatches é preciso seguir algumas dicas:

  • Manter as informações pessoais atualizadas, como altura, peso, gênero e idade, pois são utilizadas para calcular quantas calorias você queima e muito mais. 
  • Certifique-se de ganhar os créditos de Movimento e Exercício. Isso significa que cada minuto completo de movimento igual ou superior à intensidade de uma caminhada rápida é contabilizado nas metas diárias. Para ter certeza de que você obterá créditos de Exercício durante as caminhadas, balance o braço com o smartwatch naturalmente ao andar.
  • Confira se a função Detectar Braço está ativada, pois se estiver desativada o smartwatch não conseguirá monitorar o progresso
  • Certifique que o relógio está com o ajuste ideal, nem muito frouxo, nem muito apertado
  • Escolha a melhor opção que corresponde ao seu treino. Por exemplo, se estiver fazendo esteira, escolha a Corrida interna.

 

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